segunda-feira, 6 de abril de 2009

Educação (está faltando)


Não vou nem fazer os mesmo comentários que faço a cada vez que fico um tempo sem comparecer nessa insanidade, mas confesso que hoje me deu uma baita saudade de descarregar todo o meu furor.

Bom, preciso vos atualizar sobre o que aconteceu comigo nesse período de inércia. Comecei a trabalhar ao mesmo tempo em que voltei a estudar (pois é, deixei o jornalismo de lado e fui direto ao ponto que almejo há tempos: relações internacionais - quem quiser depois pode me perguntar o que estuda uma pessoa que faz esse curso, mas isso pode ser texto para um próximo post). E quem trabalha e estuda ao mesmo tempo sabe que quando chega o final de semana a última coisa que você quer fazer é pensar e ficar na frente de um computador por muito tempo (ou o sufuciente para escrever essas pequenas linhas). Mudei de cidade, me "ajuntei", virei gente. Depois de um ano e um mês fiquei desempregada de novo e voltei a luta, companheiros (mas sem perder "la ternura, jamais"!!!). Sete meses depois estou empregada novamente (e finalmente, pois foram meses de muita agonia). E como por causa do desemprego tive que interromper os estudos, está me sobrando tempo e paciência para atualizar meu espaço.

Como disse anteriormente, mudei de cidade. Pego muito mais ônibus e metrô do que pegava antigamente. Aí vocês me perguntam: o que eu tenho a ver com isso? Vou lhes dizer agora.

Todos sabem que carioca tem fama de mal educado. E não é por acaso (não precisam me xingar pois sou nascida no RJ e falo com propriedade)! É só andar nas ruas e você constatará: automóveis ultrapassando sinal vermelho e faixa de pedestres (aliás, faroleiro para que já que você um dia vai ser atropelado de qualquer jeito), pessoas jogando lixo no chão (e depois culpando a prefeitura pelo boeiro estar entupido em dias de chuva, causando assim o alagamento de sua rua e a fazendo "perder tudo" - como eles falam nos programas sensacionalistas), pessoas batendo nas outras e nem tendo a decência de dar uma meia volta e pedir desculpas (pelo contrário, se duvidar ela vai achar que você é o culpado por ter cruzado o caminho dela), et cetera. Sem contar o show de violência de cada dia, mas isso é papo para outro post (de novo). Isso são coisas que já passam despercebidas no dia-a-dia, fazem parte da rotina do carioca, porém algo me espantou na sexta-feira passada.

Fui pegar o ônibus para ir ao trabalho como faço todo dia. Entrei no ônibus e fui pagar a passagem. Até aí nada de mais. A passagem aqui no Rio custa R$ 2,20 e como eu tinha uma nota de R$ 5, peguei minhs moedinhas, juntei mais R$ 0,20 para dar a trocadora (é de se espantar ver um ônibus com trocador no Rio, se você achar um tire uma foto!!!). Até aí nada de mais também já que muita gente faz isso, mas aí vem o ponto chave da questão. Dei a nota para ela e, quando fui dar as moedinhas, ela colocou a mão na minha cara com aquele famoso sinal de pare aí! Perguntei para ela o porquê daquilo, ela me deu o troco e não disse nada. Sentei ao lado dela e perguntei de novo. Ela não me respondeu e ainda me perguntou se eu estava reclamando porque ela me deu moedas. Disse que não, que queria saber o porque daquela agressão, já que ela tem boca e pode muito bem falar. Ela disse que não precisava das minhas moedas. Como eu sou partidária do código de Hamurabi (que eu acho que deveria estar em voga devido a tamanha violência) fui grossa com ela da mesma forma como ela foi comigo e disse que não precisava, também, das moedas dela . Aí ela me disse que eu não tinha opção de escolha. Falei que quem tinha feito escolha primeiro era ela. Foi aí que veio o fato mais inacreditável dessa história toda: ela me disse que ela pode escolher o que ela quer ou não e que eu tinha que me conformar com aquilo.

Confesso que fiquei tão chocada depois dessa frase que deixei de lado esse papo tão "instrutivo" e a mandei, mentalmente, arder no mármore do inferno. Agora entra aí o que falei da educação: precisava tanta agressão por causa de R$ 0,20??? Que culpa tenho eu se ela tem problemas, dívidas, se ganha pouco, se o marido dorme de calça jeans, et cetera? Também tenho os meus problemas e não saio descontando em cima de ninguém! Onde esse mundo vai chegar se todos começarem a agir dessa maneira?

Procuro respostas para tudo isso, mas até agora não achei nenhuma. Acredito que nunca acharei. Mas de uma coisa eu sei: nessas horas eu entendo perfeitamente o Osama Bin Laden. E se tudo nesse mundo dependesse de mim faria como o subtítulo daquele filme do Stanley Kubrick, Dr. Fantástico: como parei de me preocupar e passei a amar a bomba.

PS - esse texto não foi patrocinado pela nova reforma ortográfica. Caso alguém queira me ceder um novo dicionário, agradeço. =)

4 comentários:

I want it all ~ disse...

Nossa! Falta de educação é terrível.
As pessoas no mínimo acham que são superiores ou coisas do tipo.

Mas, em relação ao Código de Hamurábi, talvez você poderia atingi-la sendo gentil, quando ela soltou os cachorros em você. Eu posso estar muito enganada, mas ela poderia ficar sem graça.

:x

beijos :*
parabéns pelo blog!

Larissa Frade disse...

Confesso que a princípio eu usei a educação, mas a ignorância foi tanta que não consegui segurar, acabei sendo grossa também, mas sem precisar "descer do salto".

Bjs e obrigada pela visita.

Letícia Vepo disse...

Acho que foi "0 à 0", pois vc se deixou levar por emoções. Emoções essas que te fizeram ser ainda mais grossa.

Você quis falicitar a vida dela em relação ao troco, tudo bem, no entanto a mesma pode escolher aceitar ou não, desde que tenha troco...

Anônimo disse...

Educação realmente tá em falta.....
assim como vc tento ser educado em primeiro momento mas não é sempre que se mantem o equilibrio emocional e humildade.
Tá ai, gostei do seu blog.
vc é uma completa insana!!!
isso é um elogio, falava ha pouco com um amigo e ser normal hj em dia é loucura.