domingo, 2 de setembro de 2007

Ana Hickman


E-mail aberto endereçado a Ana Hickman:


Gostaria de fazer uma crítica a um fato acontecido na edição do dia 13 de julho.
Na hora da brincadeira do cheque ( se eu não me engano ) houve uma pergunta em que a dica era algo do tipo: "para a mulher é um elogio". A telespectadora disse q era "violão". O Edu Guedes disse que poderia ser já que isso é uma forma de elogio para a mulher. Nisso a Ana Hickman dispara: "Ah não Edu, se você falar que a mulher tem corpo violão está chamando ela de gorda!".


O meu recado vai pra Ana Hickman: se ter quadril, cinturinha, um corpo feminino ( o chamado violão ) é ser gorda, então sou violão com o maior prazer!!! Até porque se você perguntar para uma pessoa do sexo oposto quem ele acha mais gostosa, uma mulher com um corpo tipo o seu ou da Angelina Jolie ele com certeza não pensará duas vezes: Angelina Jolie. Ou você acha que nos jogos eletrônicos, nos desenhos animados, nos mangás japoneses as mulheres tem curvas porque é mais fácil de desenhar?


Você, como comunicadora, tem que rever os seus conceitos e pensar antes de abrir a boca pois muitas meninas, no início de adolescência, se espelham em você. E com comentários desse tipo você só faz com que o número de meninas anoréxicas e bulímicas aumentem para tentarem chegar a esse padrão "cabide" de beleza que, muitas dessas garotas, nunca conseguirão atingir porque existe um negócio chamado biotipo genético.


Sem mais palavras e esperando uma reflexão da apresentadora,


Larissa Frade.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Ex nihilo nihil fit


"Ich bin der Geist, der stets verneint!

Ünd das mit Recht, denn alles was entsteht

Ist wert, dass es zugrunde geht;

Drum besser wär's, dass nichts entstünde."


( Sou o espírito que sempre nega!

E o faz com razão, pois tudo o que nasce

Não vale mais do que para padecer;

Por isso seria melhor que nada surgisse )


Mefistóteles - em Fausto, de Goethe



"Já não suporto a presença desse homem. É o inimigo da minha alegria, da minha vida. Quando estou diante dele, sinto morrer emn mim toda a minha mocidade e me sinto gelo.
Teu pessimismo pesa como o chumbo em minha alma e deita a perder todo o meu bom humor. Você é insuportável, opressivo e muito difícil de se conviver; todas as suas boas qualidades são obscurecidas por seu convencimento e tornadas inúteis para o mundo."


Adele Schopenhauer - referindo-se ao seu irmão


Schopenhauer considera que toda a existência reflete o impulso irracional e incessante da Vontade. Toda vida é Luta, mas a vida humana, em particular, está cheia de sofrimentos: oscila a vida como um pêndulo entre a dor do desejo ( baseado na necessidade ou na carência ) e a não menos intensa dor do tédio ou da inanidade ( que se sente quando todas as necessidades foram satisfeitas).


Todo sentido e todo propósito são mera ilusão. Quem aspirar à beatitude terá que se desprender da Vontade pois dar-se-á conta de que a Vontade, a coisa em si, não é somente a causa do egoísmo e da agressão humanos, mas, também, a razão de todo mal em geral.


Schopenhauer reiterou que a vida é um passo em falso, um erro, um castigo e uma expiação. A vida é uma dívida contraída ao nascer.


A eliminação do sofrimento implica a negação da Vontade e, com isso, o resvalar para um nada vazio: reconhecemos, sem rodeios, que, para quem se ache repleto de Vontade, o que permanece depois da completa abolição da vontade é um nada. Mas, inversamente para quem a Vontade deu uma volta e negou a si mesma, este nosso mundo, que é tão real, com todos os seus sóis e suas Via Lácteas, é um nada.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

quarta-feira, 9 de maio de 2007

E a luta continua, companheiros!!


Estou começando a achar que os entrevistadores de emprego não gostam da minha escrita. Deve ser algum tipo de complô!!!!

Passei por mais uma "experiência" ( se é que podemos chamar o desemprego disso... ).

Fui fazer entrevista em uma empresa de logística. Eles estavam querendo uma pessoa que tivesse Cambridge ( quem nesta p... de país tem esse teste de proficiência???? ). Como eles não devem ter arrumado ninguém com esse título, começaram a pegar as pessoas com inglês fluente para fazer a bendita entrevista ( estava incluída nesse meio ).

Cheguei lá, toda arrumadinha ( para variar ). A entrevistadora me atendeu, de forma simpática, e me trouxe um papel escrito todo em inglês. Pronto. Mais uma redação!!!! Até agora não entendo o porquê disso. Coerência verbal? ( Nunca iria escrever "she are" nem "I is"... ) Raciocínio lógico? ( Só estudei isso em matemática... ) Enfim... Ela me disse que tinha que ser uma redação em inglês, com no mínimo 10 linhas ( as benditas linhas de novo ) e tema livre ( para me fornicar de vez ).

Tendo em vista a experiência da outra redação pensei em um tema mais leve. Ela ficou mais ou menos assim ( fiz uma letra bem grande para poder preencher as 10 linhas ):
"Hoje em dia um dos temas mais citados nas rodas de conversa do mundo todo é a desilusão das pessoas. Às vezes isso acontece por falta de dinheiro, às vezes por causa de desilusão amorosa ou também pela violência que presenciamos diariamente. Porém há duas soluções para resolver esse problema. A primeira é liberar a mente. Seja mente aberta com tudo e todos e seja feliz. Caso isso não dê certo está na hora de você procurar por um prozac."

Pois é, não passei de novo...

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O Vácuo



Olá crianças,

tudo bem, eu sei... Tem muito tempo que eu não escrevo aqui ( faz mais de uma ano!! But... Anyway... ) . Andei sem inspiração ( ou melhor, nada de mais aconteceu comigo ou com algo/alguém que eu achasse interessante )... Mas, não sei como, isso voltou do nada!! Como eu sei que vocês não querem saber sobre o meu período ocioso, vamos a historinha.

Acho que não é do espanto de todos que essa pessoa que vos escreve está desempregada. E, acredito, que todos saibam como é a vida de uma pessoa "privada de momentos de labuta": acorda, toma café, vai procurar trampo, come, não faz nada, come e dorme. E tudo se repete no dia seguinte. Mas ( porém, contudo, entretanto, todavia ) semana passada o telefone tocou, para o meu espanto. Até porque telefone aqui só toca quando algum funcionário mala de alguma empresa safada de telemarketing quer vender aqueles produtos ou promoções sem graça. Era para uma entrevista. Me animei!!! Surgiu uma fagulha de esperança ( apesar que matei um monte de Esperanças mês passado, minha casa estava infestada desses bichinhos verdinhos ).

Na terça-feira ( dia da entrevista ) me arrumei toda ( ou melhor, me desarrumei pois quem me conhece de verdade sabe que eu sou um tremenda perua que só usa brincos enormes, lápis fazendo o contorno dos olhos, blush travesti e um gloss bem chamativo. Sou uma "quase" Drag Queen ).

Chegando lá descubro que a tal da entrevista, na verdade, era uma dinâmica de grupo. Murchei na mesma hora. Odeio isso... Você tem que passar por várias etapas para, no final, não chegar a lugar nenhum. Ok, já estava lá... E era uma chance de voltar a atividade.

Tudo transcorreu na mais perfeita harmonia ( ????? ). E, no final, a recrutadora ( ou melhor: responsável pelo RH ) pede para escrevermos uma redação com, no mínimo, 20 linhas para o exame grafológico ( até agora não entendi o porquê de escrever uma redação com, no mínimo, 20 linhas para saber da minha "personalidade". Não seria mais fácil escrever todas as letras do alfabeto??? Não dá no mesmo??? ). E o pior: tema livre.

Imagina a minha situação: estava numa sala fechada, com um monte de mulheres desesperadas por um emprego, com um ar-condicionado que fazia um barulhão e ainda tinha que pensar no tema para a "bendita" redação com, no mínimo, 20 linhas. Pensei, pensei, pensei... Nada veio. Minha cabeça estava como o universo: um vácuo. Isso!!! Como não tinha pensado antes!!! Escrevi sobre o vácuo!!!

Comecei pelo título: "O Vácuo". Pronto. Surgiu o vácuo mental de novo... Aos poucos começou a surgir algo na minha mente perturbada. Comecei falando sobre o vácuo na visão da Teoria Quântica ( ausência de matéria e temperatura de 0 Kelvin ) , que ele não possuo energia zero pois isso violaria o princípio da incerteza de Heisenberg e que essa energia se deve a presença de partículas virtuais. Falei do fenômeno da sonoluminescência ( um dos fenômenos que são explicados a partir do vácuo ). E esse lance de vácuo, nada, me fez fazer uma transição para Schopenhauer, Górgias, Budismo ( prometo que outro dia falo mais sobre isso ), até chegar no popular com as embalagens a vácuo e expressões como "deixar no vácuo".

Resumi essa magnificência toda em 24 linhas ( imagina a bela porcaria que ficou ). Entreguei a "bendita" redação e saí. Murcha. Como as Esperanças que matei: morta...

Fui para casa viver a minha vida. Acabou que isso deu um belo texto para esse meu espaço de descarga mental. Confesso que já estava com saudades disso ( espero que os meus pouquíssimos leitores também ).

Ah, e antes que eu me esqueça! A dinâmica de grupo me deixou igual ao tema da redação: " no vácuo".